segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Expedição Axixá - The Search for 200km (RESULTADOS)

A Expedição Axixá - The Search for 200km, tinha 3 objetivos bem específicos:

1o - Bater o recorde de distância livre da rampa;
2o - Bater o recorde estadual de distância livre;
3o - Incluir Axixá na lista de rampas com voos acima de 200km;

Ao final do projeto, com uma busca séria e comprometida, obtive os seguintes resultados:

1o - 3x batido o recorde de distância livre da rampa;
2o - 2x batido o recorde estadual de distância livre;

A cada etapa conquistada, fui aumentando o nível de agressividade do voo. Para conquistar o 1o objetivo, que era superar o voo de 109km, fui bem conservador, decolando numa janela mais tarde e foquei apenas em não pousar e segurar o voo até o final do dia. Foram 4h30 de voo para fazer 112km.

Para buscar o 2o objetivo precisei focar um pouco mais e antecipar a janela de decolagem. A missão era superar os 148km feitos em Palmas pelo Samuka (Enzo EN-D). Sai às 11h20, mantive uma postura moderada e continuei a estratégia de voar o dia todo. Não foi fácil. Foi meio que no limite e voar o dia inteiro foi o diferencial. Foram 6h13 de voo para fazer 161km. Foi estabelecido o novo recorde estadual de distância livre do Tocantins.

Agora a missão ficava mais séria e o dia de voo tinha que ser muito bem utilizado. A meta agora era buscar os 200km. Eu e o piloto Edson de Santa Catarina decolamos às 9h45 da manhã. A primeira onda da condição passou por volta das 9h10 e acabamos decolando na 2a onda. O nosso grande azar foi que a 2a onda, diferente da 1a, não passou para a parte de trás da rampa. Ela veio de leste e parou na rampa. Decolamos e ganhamos rápido. Fomos para o baixo teto e eu acabei tirando na frente para experimentar a primeira transição para uma área já conhecida. Infelizmente não encontrei nada... nada... nada. Pousamos antes das 10h20 e o mais rápido possível voltamos para a rampa.
Conseguimos nos preparar para uma nova decolagem e saímos por volta das 11h40 para uma nova tentativa. Como o objetivo era voar 200km e eu tinha no máximo 6h de atividade térmica pela frente, a  média necessária era de 34km/h e eu não poderia perder tempo horizontal nem navegar de forma muito meteorológica. Fiz o máximo possível, consegui uma média de 32km/h, mas infelizmente o dia térmico acabou mais cedo que o imaginado, me deixando com pouco mais de 5h de voo apenas.
Um piloto sério de XC não desiste até que coloque os pés no chão. Até o último cm de altura buscamos o máximo possível. Ao perceber que o voo havia acabado, apenas busquei bater novamente o recorde estadual e consegui por míseros, mas muito sacrificados, 2km.

No último dia da expedição, mais uma vez era necessário explorar o dia térmico ao máximo. Eu não estava cansado nem desanimado após 7 dias intensos de voo, que apesar de já terem rendido 436km em 3 dias também já tinha rendido alguns voos inexpressivos e algumas horas de caminhada pesada no acesso à rampa. Subi bem cedo, calculei moderadamente quantas horas de voo precisaria para buscar o recorde sem uma postura muito agressiva em voo, jogando o risco para o horário de saída e para a conexão com a 2a fase do dia térmico. Decolei num céu completamente azul (quem me conhece sabe que adoro voar no azul), resultado de uma inversão térmica consistente a média altura. Decolamos eu e Edson novamente, mas não estava nada fácil no início. O Edson acabou não conseguindo segurar próximo à montanha. Eu ralei muito... ralei muito lambendo a montanha até que consegui encaixar num ciclo e subir bem na rampa. O dia parecia que seria perfeito. Consegui iniciar as transições e entrar no voo. 2a térmica, 3a térmica... mas percebi que o voo não estava rendendo. Isso foi me desgastando, me tirando um pouco a concentração e acabei tendo uma dúvida em mente e isto me tirou do voo. Pensei em pousar na linda ilha que fica no rio Araguaia na divisa entre o Tocantins e Pará para conhecer e comer um peixe. Perdi o foco... perdi completamente o foco e isso acabou com meu voo. Estava me arrastando e voando quase 10km/h mais lento nas transições. Acabei chegando baixo e à esquerda de Axixá, uma péssima linha... nunca passo por ali.

Bom, joguei o voo fora por uma dúvida e perda de foco. Pousei na cidade de Araguatins e acabei aproveitando esse desastre para ir conhecer então a ilha da ponta, em Araguatins, e comer um peixe em pleno rio Araguaia na divisa do TO x PA.




Não posso reclamar da expedição. Logo na 1a oportunidade de voar após a fratura da clavícula consegui bater o recorde de um estado e passar 10 dias me divertindo muito com excelentes pessoas de diversas partes do Brasil.




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