terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Tecnologias para voo XC - ThermoCompass

O voo de XC realmente é um grande campo para estudo, prática e experimentação de técnicas, teorias e tecnologias. O universo de conhecimentos aplicáveis a cada momento do voo é muito amplo e gostaria de, neste momento, falar sobre um aplicativo que ainda é visto com muita desconfiança pelos pilotos aqui no Brasil: ThermoCompass.

Observem que em meu cockpit uso um CONQUEST com LK8000 (Tirante A) para navegação técnica e um FT130 com ThermoCompass (Holux importado/distribuido pela Tirante A) para auxílio a localização de térmicas (áreas de instabilidade).
O ThermoCompass é um aplicativo desenvolvido com base na disciplina científica termodinâmica. Seu princípio de funcionamento utiliza a plataforma FT130 justamente por este equipamento possuir GPS + Barômetro + Acelerômetro, recursos que permitem ao aplicativo fazer uma leitura das perturbações atmosféricas e, com um alto grau de precisão, identificar e apontar a direção de locais que demonstram movimentações características de térmicas.
Vou falar um pouco sobre as duas telas que mais uso na prática:
Nesta tela, que chamamos de rastreadora de térmicas, temos 4 campos de dados (selecionáveis com um simples toque) e, na região central, temos um esquema que mostra a nossa direção de voo (grande seta em triângulo preto apontando para a frente), um ponteiro para a direção da área de perturbação identificada, um cilindro preto que identifica a área para giro na térmica e um cilindro amarelo que identifica a térmica e sua intensidade e, por fim, uma seta em azul que aponta a direção do vento (de/para).
O princípio básico é voar rastreando de acordo com a necessidade do momento (precisando ou não de uma térmica) seguindo o ponteiro TC e buscando centralizar a térmica e área de giro na tela, o que significa que o piloto está bem centrado na termal.
Lembrar que, quanto mais reto o piloto voa, menos dados da atmosfera o equipamento e o aplicativo coletam e menor a precisão. O ideal é o tradicional voo snake flight (voar em "S") e alguns giros em linhas de sustentação no meio do caminho. Isto leva a uma melhor coleta de dados e maior precisão do equipamento/aplicativo.


Nesta tela, que chamamos de tela de navegação, temos os mesmos 4 campos de dados selecionáveis e, na região central, um esquema que identifica as áreas de instabilidade e formações térmicas ao nosso redor, temos a seta de indicação do vento (de/para) e temos um desenho que demonstra nosso horizonte artificial em voo.
Eu voo mais nesta tela. Eu uso as informações para identificar as regiões de instabilidade para usar ou não, uso o horizonte artificial para tentar manter uma transição mais equilibrada e evitar perda de energia cinética (sustentação) e também a seta de vento para uma maior eficácia.
Quanto maior o cilindro amarelo ao redor do esquema central, maior a intensidade da instabilidade identificada.
Lembrar que, quanto mais reto o piloto voa, menos dados da atmosfera o equipamento e o aplicativo coletam e menor a precisão. O ideal é o tradicional voo snake flight (voar em "S") e alguns giros em linhas de sustentação no meio do caminho. Isto leva a uma melhor coleta de dados e maior precisão do equipamento/aplicativo. 


O entendimento do funcionamento do ThermoCompass (TC) é necessário para que o piloto possa fazer um melhor uso da tecnologia. O que o TC faz é perceber e registrar as variações de pressão acompanhadas das ondas horizontais provocadas pelas térmicas e transmitir isto ao piloto na forma de indicação de áreas e intensidades.
Uso o TC a mais de 3 anos e posso garantir que sua eficácia, apesar de limitada a um raio de aproximadamente 500m, tem sido superior a 80% em meus voos.

Pesquisem um pouco mais sobre o assunto. Em breve vou dar mais detalhes sobre o uso prático do TC.

Bons e longos voos!!!

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